Alfredo Vieira
Um dia fui trabalhar para uma fábrica, um dos aliciantes deste meu novo emprego era que, para além do vencimento, tínhamos prémios de produção. No primeiro dia o chefe de departamento que me apresentou aos meus novos companheiros de laboração lembrou-me novamente a produção por objectivos, dizia ele que era bom deslembrar-me, «se você vem com a ideia de ganhar prémios esqueça, nunca vai atingir a produção. Deixe o trabalho correr a um ritmo natural e depois fale comigo.» Assim foi, desprezei os prémios e passado pouco tempo abrangia os níveis mais elevados de produção que a máquina podia atingir.
Falo disto porque desde que me dediquei ao jornalismo encontro algumas pessoas que procuram através da arte (pintura ou escultura, prosa ou poesia, cinema) juntar algum dinheiro para compor as suas finanças. É óbvio que salvo raras excepções essas pessoas acabam por desistir e abandonam, desiludidas, as suas actividades. Muitas nem procuram conhecer outros autores das vertentes artísticas onde se aplicam. Depois, numa perspectiva económica, procuram outras vertentes com o horizonte fito em juntar algum pecúlio aos seus vencimentos.
É axiomático que não podemos condenar alguém que procura melhorar o seu nível de vida, como o fiz quando fui para a fábrica, mas arte é algo que se embrenha em nós. As pessoas procuram a arte, ela apaixona-nos e ficamos submetidos à sua doce tirania. A partir desse dia vamo-nos descobrindo e descobrindo os outros. Só existe algo que nos embebe como a arte: a religião. E ambas podem coexistir, porque as duas são uma busca constante para quem as leva devidamente a sério.
A vida é feita de sentimentos e utopias, itens que estão na arte e também na religião (pelo menos no seu objectivo final: atingir o céu sem pecados). Nunca se pode olhar para elas como uma fonte de rendimento, porque um dia mais tarde vamos desistir e descobriremos a desilusão do ser e do estar no mundo.
Um dia fui trabalhar para uma fábrica, um dos aliciantes deste meu novo emprego era que, para além do vencimento, tínhamos prémios de produção. No primeiro dia o chefe de departamento que me apresentou aos meus novos companheiros de laboração lembrou-me novamente a produção por objectivos, dizia ele que era bom deslembrar-me, «se você vem com a ideia de ganhar prémios esqueça, nunca vai atingir a produção. Deixe o trabalho correr a um ritmo natural e depois fale comigo.» Assim foi, desprezei os prémios e passado pouco tempo abrangia os níveis mais elevados de produção que a máquina podia atingir.
Falo disto porque desde que me dediquei ao jornalismo encontro algumas pessoas que procuram através da arte (pintura ou escultura, prosa ou poesia, cinema) juntar algum dinheiro para compor as suas finanças. É óbvio que salvo raras excepções essas pessoas acabam por desistir e abandonam, desiludidas, as suas actividades. Muitas nem procuram conhecer outros autores das vertentes artísticas onde se aplicam. Depois, numa perspectiva económica, procuram outras vertentes com o horizonte fito em juntar algum pecúlio aos seus vencimentos.
É axiomático que não podemos condenar alguém que procura melhorar o seu nível de vida, como o fiz quando fui para a fábrica, mas arte é algo que se embrenha em nós. As pessoas procuram a arte, ela apaixona-nos e ficamos submetidos à sua doce tirania. A partir desse dia vamo-nos descobrindo e descobrindo os outros. Só existe algo que nos embebe como a arte: a religião. E ambas podem coexistir, porque as duas são uma busca constante para quem as leva devidamente a sério.
A vida é feita de sentimentos e utopias, itens que estão na arte e também na religião (pelo menos no seu objectivo final: atingir o céu sem pecados). Nunca se pode olhar para elas como uma fonte de rendimento, porque um dia mais tarde vamos desistir e descobriremos a desilusão do ser e do estar no mundo.
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