Alfredo Vieira
Um dos temas que mais aparece na comunicação social, no debates e nas conversas tem sido a família. Por razões de sobrendividamento, ou falência, de desagregação, de desestruturação…, enfim, um conjunto de factores económicos e sociais que colocam em risco a mais antiga forma de organização sócio-económica e religiosa conhecida.
Desde início da década de sessenta do século passado em Portugal as mulheres iniciaram um processo de emancipação devido a vários factores: por vontade própria – uma forma de se tornarem independentes do poder dos homens; por necessidade de apoiar economicamente a família; início da guerra colonial – com a consequente diminuição de homens no mercado de trabalho, entre outros factores. Rompia-se com uma das máximas de Salazar: Deus, Pátria e Família, que tornava a mulher no centro de agregação da família e o homem como angariador de dinheiro para o sustento dos mesmos, ou seja, a mulher era para estar em casa a tomar conta dos filhos, numa prol que se queria farta.
No entanto, o universo das mulheres continua a ser pensado por homens, que não criaram a conciliação entre o trabalho e a família de molde a permitir, primeiro a integração do homem em pleno no lar, e segundo da mulher no emprego. Outro factor preponderante é a mudança brusca da organização do tecido económico português, com o desaparecimento da agricultura de moldes familiares, ou de subsistência, e com o aumento descabido do sector terciário em detrimento do sector primário e secundário, ou seja, da indústria e da agricultura. Com este aumento do sector do comércio e serviços, no nosso país, criou-se um sistema de horários flexíveis que leva, na prática, a trabalhadores e empresários ultrapassarem em muito os horários de trabalho estipulados pela lei. Depois os movimentos pendulares aumentaram com a saída das pessoas para subúrbios, lugares cada vez mais longe dos empregos, com o consequente aumento de tempo de viagem nesses movimentos pendulares. Ou seja, em concreto, a empresa sobrepôs-se à família com custos irreversíveis para os padrões sociais. Tudo isto não é um progresso civilizacional, mas um retrocesso com consequências graves para a sociedade, sobretudo para as crianças, que crescem sem referências familiares.
Talvez por isso se reveste de especial importância algumas conclusões da primeira Convenção Nacional da Família, organizada em Braga pela Universidade do Minho, onde Nuria Chinchila aponta algumas questões de enorme importância para as famílias, entre elas a necessidade de se repensar o universo e as políticas das empresas, nomeadamente em termos de flexibilização de horários, entre outros factores. É necessário que as empresas sejam feitas à medida do homem e da mulher. A directora do International Center of Work and Family diz que o trabalho é um meio para a família e não o contrário, observando ainda que a mulher entrou a cem por cento no mundo do trabalho, mas o homem não entrou a cem por cento na família.
Vai sendo tempo de observar políticas sociais e educativas que permitam à mulher assumir de pleno direito o papel que lhe cabe na sociedade, assim como os homens assumirem a responsabilidade de complementar, apoiar e ajudar a que essas políticas sejam devidamente aplicadas.
Um dos temas que mais aparece na comunicação social, no debates e nas conversas tem sido a família. Por razões de sobrendividamento, ou falência, de desagregação, de desestruturação…, enfim, um conjunto de factores económicos e sociais que colocam em risco a mais antiga forma de organização sócio-económica e religiosa conhecida.
Desde início da década de sessenta do século passado em Portugal as mulheres iniciaram um processo de emancipação devido a vários factores: por vontade própria – uma forma de se tornarem independentes do poder dos homens; por necessidade de apoiar economicamente a família; início da guerra colonial – com a consequente diminuição de homens no mercado de trabalho, entre outros factores. Rompia-se com uma das máximas de Salazar: Deus, Pátria e Família, que tornava a mulher no centro de agregação da família e o homem como angariador de dinheiro para o sustento dos mesmos, ou seja, a mulher era para estar em casa a tomar conta dos filhos, numa prol que se queria farta.
No entanto, o universo das mulheres continua a ser pensado por homens, que não criaram a conciliação entre o trabalho e a família de molde a permitir, primeiro a integração do homem em pleno no lar, e segundo da mulher no emprego. Outro factor preponderante é a mudança brusca da organização do tecido económico português, com o desaparecimento da agricultura de moldes familiares, ou de subsistência, e com o aumento descabido do sector terciário em detrimento do sector primário e secundário, ou seja, da indústria e da agricultura. Com este aumento do sector do comércio e serviços, no nosso país, criou-se um sistema de horários flexíveis que leva, na prática, a trabalhadores e empresários ultrapassarem em muito os horários de trabalho estipulados pela lei. Depois os movimentos pendulares aumentaram com a saída das pessoas para subúrbios, lugares cada vez mais longe dos empregos, com o consequente aumento de tempo de viagem nesses movimentos pendulares. Ou seja, em concreto, a empresa sobrepôs-se à família com custos irreversíveis para os padrões sociais. Tudo isto não é um progresso civilizacional, mas um retrocesso com consequências graves para a sociedade, sobretudo para as crianças, que crescem sem referências familiares.
Talvez por isso se reveste de especial importância algumas conclusões da primeira Convenção Nacional da Família, organizada em Braga pela Universidade do Minho, onde Nuria Chinchila aponta algumas questões de enorme importância para as famílias, entre elas a necessidade de se repensar o universo e as políticas das empresas, nomeadamente em termos de flexibilização de horários, entre outros factores. É necessário que as empresas sejam feitas à medida do homem e da mulher. A directora do International Center of Work and Family diz que o trabalho é um meio para a família e não o contrário, observando ainda que a mulher entrou a cem por cento no mundo do trabalho, mas o homem não entrou a cem por cento na família.
Vai sendo tempo de observar políticas sociais e educativas que permitam à mulher assumir de pleno direito o papel que lhe cabe na sociedade, assim como os homens assumirem a responsabilidade de complementar, apoiar e ajudar a que essas políticas sejam devidamente aplicadas.
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